quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Já estava em tempo!

Seu alerta mental avisou-lhe:Vá.

E ele foi.

Marvilhou-se com muitas das paisagens que viu,e por onde passava,deixava mais de si do realmente poderia ser.Tampouco notou a ausência que fazia dele mesmo.

Empertigado,com sua postura arrogante de quem faz por favor,abstraiu-se.

Enrolado,como feto que tanto gostaria de voltar a ser,não dormia...Com os olhos arregalados,recusava-se a ceder ao seu pavor pelo escuro.Tudo o que queria era não ter que querer.Como queria que o fizessem por ele.

A criança que nunca crescera,precisava aflorar...ele bem o sabia,mas quem o ajudaria nesse momento?

Achava que entendia essa palavra melhor do que qualquer de suas ansiedades...

Solidão.



Em uma súplica desesperada, clamou pelo fim de todos aqueles dias, e em resposta, teve a benção de mais um amanhecer.

E voltara ao ponto zero.

E voltara a continuidade de sua rotina.

E voltara ao esquecimento, mas ele sabia, e o saber maltravava sua fuga.

Seria a luz, escurecer os olhos, e retornaria, passos em pegadas, à distinta morada de sua verdade.

Rancorosa, sua verdade já lhe comia com os dentes; com as garras desfazia-lhe, e em um requinte de maldade, devolvia os estilhaços do que fazia todas as manhãs.

E os retalhos continuavam a se mover, continuavam em ansiar pelo seu término, mas os retalhos apenas continuavam.

Suas lembranças foram-se apagando, conforme se apegava as imagens que a escuridão lhe impugia.

Os pedaços, pequeninos, dissolviam-se na velocidade do passar, eram arrastados, cada vez mais distantes de suas origens, a unidade.

Cada um, uma pequena história que nunca chegou a acontecer. Em cada um, o olhar de quem não consegue fazer com que aconteça.

Era a comodidae em forma de flagelo, o desprezo fingindo súplica, a desistência brincando de paciência.

Por fim, tornou-se apenas sátira.

E põe um fim ao que ainda não começara.

Se retira, e começa seu novo final.

E inicia quando finalmente acabou.