quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Sela em mim esse segredo
Que grita, trôpego
seu libertar.

Afoga de todo os desejos
antes mesmo que
os possa desejar.

Tira o bater do meu peito
e decore para si
a carcaça que, do que era, restará.

Sopre em meus olhos areia
e fazei dessas lágrimas
água do mar.

Comprima você em meu leito
e no seu implorar suspeito
arranque de todo meu amar.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Meu lar é o lado de fora
de onde moro, do que faço, do que sou
É o reflexo do lago no céu

Meu lar é o descompasso
é o conforto de ver, de fora
janelas recheadas de seres,
em seus lares
É o sentir-me só em companhia
e repleta quando desacompanhada

Meu lar é o inverso do que falo
e o dobro do que faço
É a carência de uma dor
e o recusar de um afago
É a nostalgia do que vem
e a recusa do que passou

Meu lar é o germe do seio
ainda no ventre
que inocente crescia
sem a crença
de que o apunhalaria
enquanto dormia,
depois de farta
me alimentar.

Esse é sem correções, amanhã eu leio e vejo os buracos que deixei.