Já estava em tempo!
Seu alerta mental avisou-lhe:Vá.
E ele foi.
Marvilhou-se com muitas das paisagens que viu,e por onde passava,deixava mais de si do realmente poderia ser.Tampouco notou a ausência que fazia dele mesmo.
Empertigado,com sua postura arrogante de quem faz por favor,abstraiu-se.
Enrolado,como feto que tanto gostaria de voltar a ser,não dormia...Com os olhos arregalados,recusava-se a ceder ao seu pavor pelo escuro.Tudo o que queria era não ter que querer.Como queria que o fizessem por ele.
A criança que nunca crescera,precisava aflorar...ele bem o sabia,mas quem o ajudaria nesse momento?
Achava que entendia essa palavra melhor do que qualquer de suas ansiedades...
Solidão.
Em uma súplica desesperada, clamou pelo fim de todos aqueles dias, e em resposta, teve a benção de mais um amanhecer.
E voltara ao ponto zero.
E voltara a continuidade de sua rotina.
E voltara ao esquecimento, mas ele sabia, e o saber maltravava sua fuga.
Seria a luz, escurecer os olhos, e retornaria, passos em pegadas, à distinta morada de sua verdade.
Rancorosa, sua verdade já lhe comia com os dentes; com as garras desfazia-lhe, e em um requinte de maldade, devolvia os estilhaços do que fazia todas as manhãs.
E os retalhos continuavam a se mover, continuavam em ansiar pelo seu término, mas os retalhos apenas continuavam.
Suas lembranças foram-se apagando, conforme se apegava as imagens que a escuridão lhe impugia.
Os pedaços, pequeninos, dissolviam-se na velocidade do passar, eram arrastados, cada vez mais distantes de suas origens, a unidade.
Cada um, uma pequena história que nunca chegou a acontecer. Em cada um, o olhar de quem não consegue fazer com que aconteça.
Era a comodidae em forma de flagelo, o desprezo fingindo súplica, a desistência brincando de paciência.
Por fim, tornou-se apenas sátira.
E põe um fim ao que ainda não começara.
Se retira, e começa seu novo final.
E inicia quando finalmente acabou.