segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Então,mais uma vez,tenho o prazer de vê-los aqui reunidos.Dessa ventura,espero trazer de um trago,uma risada alegre,ou uma verdade obscura.
Estou aqui para servir e nada mais,meus caros convidados,abram seu menu,e sorvam com olhos ávidos o conteúdo.Que tal um filé de desespero ao molho pardo da aceitação?Ou uma salada leve de peso na consciência?Experimentem de sobremesa,o nosso biscoito da sorte(mas cuidado!),comam rápido,de pronto,e jamais(digo jamais),leiam o incômodo papel que dentro contém,perdoem o desconforto,mas o chef da casa ainda não conseguiu substituir esse inconveniente ingrediente.
Mas bebam minhas crianças,se acabem bebendo vinho,bebam do sangue de seu deus,bebam de seu próprio sangue,se entupam de tanto beber!E se esqueçam,oh se esqueçam:dodiadifícil,dascontasapagar,dapreguiçadorespiro,dafrieza,dopenardesseabraço.
Aqueçam suas mentes e esquente sua pungente auto piedade.Esqueçam!
Só não se esqueçam é claro da conta do nosso bar...nosso preço é justo,seu bolso é o ideal,temos fugas de todos os tamanhos,parceladas e a vista,financiamos e entregamos em domicílio,as fazemos até por espírito,é só encomendar!
Sou seu mestre de cerimônias e estou aqui para agradar,relaxem,que o circo já vai começar!Os palhaços estão cinzas,mas não reparem,tudo podemos consertar,mais um golinho de vinho e vamos fantasiar:explosõesdecoresluzesesom,nadamaisbeloqueessebelodia,tudopelasuafelicidade,inflamosseuegocomobalão!
Mas oh,que lamúria,como o tempo passou voando,essa noite já não é sua...entregue-se agora a luz da razão...com esse dia amanhecendo,precisa ir trabalhar,mas fiquem bem tranqüilos,mais a tarde volte para aproveitar.Pois sendo rapidamente sincero,como você,cada vez chega mais!
Ah,esqueceu a carteira em casa?Não se preocupe,sua conta já está paga,quando eu disse que a noite não era mais sua.
Obrigado voltem sempre,quem é da casa paga menos,sou seu mestre de cerimônias,pronto pra atendê-los...

Michael Ende não faz bem para os meus nervos.Estou numa biblioteca com a Isa e um amigo que não vejo a muito,e pego,no improviso,vomitando essas linhas.Não,Michael Ende não me faz bem...

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Explodir em chamas frias
Para espalhar em cores vivas
Meus devaneios sombrios e tristes

Decalcar os problemas com esmero
Amolar a faca da minha coverdia
Cortar meus pulsos dilatados
Para ver sair e entar a vida
Que sou incapaz de crer sem enxergar meu sangue turvo

Clamar o perdão dos deuses
Que pecaram contra minha Providência
Providenciar urgentemente
Um pouco de açucar para acalmar meus nervos

Jogar a massa cinzenta na balança
E trocá-la por algumas polegadas de luz azul
Que vão consumir a ferro quante
Meus dias mornos e sozinhos
Que vão infligeir em meus poros
Radiações que entopem
E me fazem esquecer

Afogar a existência num copo d'água
Num pequeno recipiente
Quanto menos melhor
Pois ao contrário da minha existência
Desperdiçar água
Trará males tremendos

Ajoelharei aos prantos
Aos pés de algum porco que suja
Suas vestes com o cuspe
Dos que muito falam
Por nada terem a dizer

Estufarei meu peito
Sedento de fome
Em direção aos céus
Que me cerca
Para enfiar a estaca em que me perco
Bem no centro
Na cerne do que deveria haver

Acalmarei meus pensamentos tumultuados
Acoplados uns em culpa
Outros em sordidez
Com palavras rabuscadas,revoltadas
que sem medo pronunciarei

Ao grito que engulo!
Ao sorriso que expulso!
Ao dia que rasgo,no deixar levar do dia!
A vida que vai,morta das bordas ao centro!

Jogarei tudo o que gostaria de ter
No alto de algum armário empoeirado
Para daqui anos malfadados
Encontre com meu sorriso amarelo
O amarelar dos meus sonhos

Secarei as lágrimas sem que escorram
Para me enganar,
O que não escorre
Não transborda,
O que não transborda
Pode suportar...um pouco mais

Sugar um trago mais fundo
Mais fundo,mais fundo
Tossir sem desespero
O engasgo que não me causa o fumo

Andar com objetivos intrincados
Intrínseco é o desperdiçar do tempo
Da alegria que é ver nascer o sol
E morrer ao fim do dia

Deitar no travesseiro de plumas
Pesado como minha consciência
De ter levado em vão,num vão
Minha flor,minha juventude,minhas ilusões

Covardia de levantar a voz
É medo de não ter o que falar
Além dos grunhidos naturais
Dos macacos pálidos e anêmicos

Doente na raiz dos cabelos
Sem viço,sem visceras
Encontrando esperanças num final
Maia rápido e menos doloroso

Fantasiar com esmero e dedicação
Meu corpo roto e curvo
Com imagens pastéis
De alegrias que não vivi

Verde para o céu que me cega
Pela verdade que é não conhecer o azul
Vermelho para as paixões dissecantes
Que conheço pelos livros que leio e lerei

Cansar minha mente estúpida
De estupidezes fáceis de absorver
E impossíveis de expelir
Para a noite,abrigar o corpo incauto
ao leviano repousar
Dos que fazem demais para menos

Iscas presas em linhas
Que minha boca não alcança
Mas que prende e rasga
Minha carne parca e pouco usada

Enganos diários
Tidos como necessários
Para uma sobre vida
Quase sobre humana
Para quase um sobre


Depois de tanto tempo de relaxo com esse pobre e inocente blog,achei legal por aqui esse texto,por pior que ele esteja,pois disseca um estado de espírito que ainda não conheci mas que mesmo assim,tive o despeito de descrever.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Um pente
um dente
uma mente dormente
um beijo quente
um ser pungente

Um ente somente

Um afago,
um abrigo
a confiança de um amigo

um pródigo proscrito

Uns e umas
Sons e sinas
ìmpar que para aparecer...par

Um todo,um tudo
para nada,o absoluto

Um que nada além de um ser
Dois para um

Um talvez
para o não e o sim

Um balanço,um sustento
Uma força que impulsiona

Uns ai que dizem coisas
Que me deixam assim
parecendo uma pessoa louca

doida,por não ser sã
para sê-lo um,deixo de ser dois
mesmo sendo ímpar,mesmo sendo par

Incompleta por procurar conhecer uns completos

Balanço e contra-balanço

Fazendo um,por conhecer dois

Eo resultado?
Tremo ao pensar
Pior que trigonometria aplicada
Trigo sem semear
Rumo sem um trilho

Chão,trem,trilho

Um trio
Ora pois,pois!

terça-feira, 20 de maio de 2008

Aquém

Vago impressa
Nas impressões
Que expiro,
Decaio do alto
Me choco no asfalto
e vou além do meu mundo

Deturpo o pudor
Estupro o rancor
Que corrói a ferrugem
do que é feliz

Fecho meus olhos
Para a escuridão que assola
E "ascendo" uma luz
Que excede meu saber
Obsoleto,
Em seu tricotar existir

Desdobro as mangas rubras
E entorno o caldo doce
Que me amarga a inocência

E agora,o que me resta
É fazer de palavras simples
Mil significados,
Sem que nenhum deles,
Signifique aquilo que gostaria de expressar

Mas expiro impressões,
que tampouco expressam
As vagas que carrego
Para um pouco mais
Do pudor que estupro

Ou quem sabe,um belo e cafona amor.


Prometo,que vou tentar parar de usar as palavras belo e palavra.A culpa não é minha,elas me dizem muito,e por mais dor que tenho ao lê-las,não deixam de ser belas,nem de ser palavras.Preciso parar de me repetir^^.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

A arte redunda,e redonda ainda é arte.
Se multiplica e se torna rarefeita,mas ainda está arte.
Vai pra bem longe,ou mora no repousar do travesseiro,e nos diz arte.
te encurrala,escurraça.esmiuça suas vontades,e nos torna arte.
É o que bem sabe ser,mesmo que tão mal a façamos e nos transforma em arte.

Vou pra lá,para bem além do distante,me perder nas transições que me traz de volta.

Não me espere,não mande recados,nunca antes fui mais tudo do que nada,

Vamos embora também,há lugar para mais um,todo.

Quero cansar e ócio e esquecê-lo,abandoná-lo,no arquivo vivo que consciente,sei ser minha frágil consciência.

Quero buscar,formas e movimentos nas pedras dos meus sapatos.Jamais foram tão belas!

Mas há,de verdade,algo mais belo,que a palavra belo?Ou a bela palavra?

Transmuto e ainda sou arte,mesmo que nunca seja nada além de tudo o que sou.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Feiche
fechado
de flecha

Fetiche
fervendo
fermenta

Feto
defecado
é fênix

Fera
fenece
no fervor

Férreo
ferroviário
fere

Ferida
febril
é fenda

Fechadura
fecha
o fecundo


Não me perguntem,não sei o que quis dizer...só sei que nada disse

sábado, 3 de maio de 2008

E de repente,não mais do que de repente,meu caro Vinícius de Moraes,veio,ao pé do meu ouvido e me contou segredos versados.Onde ritmo,consiste em coexistência,estética manipulada,para incutir mensagens mais facilmente.Quão fácil seria a vida,se esta fosse em redondilhas!Jamais me esqueceria de lavar minha roupa,ou de quem sabe estudar para a prova que vem chegando.
Se tudo fosse ritmado,haveria um sentido,por mais simples que o fosse,um sentido.Bruto e indelicado,em sua caligrafia rabuscada,mas um sentido.
Deveria haver mais calor,mais frio,mais sensações.Careço de carência.Meu deus em que não creio,me dê um sentido qualquer!Quem sabe,em alusões ao momento que me proporcionastes,não conseguisse,olhar nos olhos sem dúvida,lamento ou perda.Preciso de algo a mais que minhas revoltas armadas,por um objetivo que deprecio em sarcasmo,mas que defendo até a morte se preciso,só por ter algo para lutar.
Precisamos de mais vida!Ou então de um pouco mais desse gás tóxico que entorpece,e estagna, e engana,e nada mais tem a fazer,além de impedir realizações,completando assim sua missão.
Preciso de coragem,para parar com essas fugas baratas,seja em um copo a mais,nas palavras que escrevo para ninguém,no franzir de sombrancelhas,que em momento algum indicou minha moral.

Descobri uma coisa,simples e aterradora:

Não há moral,só vislumbres mal interpretados.
Que seu deus nos acuda enquanto julgamos aquilo que não conseguimos entender!

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Dança de Rua

Hoje eu acordei com vontade
De dançar nua
Na rua em movimento
E,ao me despir
Percebi
Que a púbis e os seios que mostro
Não é o nu
Apenas imagem transviada
É fetiche de asas
Que não crescem

Mas eu queria dançar nua
Porque acordara
Então,
limpei meu rosto de expressões
E meu corpo de movimentos
E dancei na rua cheia
Mas não estava nua
Estava vazia
Pronta a recalcar-me de marcas
A me cobrir

Estaquei
Entendera afinal...

Eu queria dançar

Pois acordara nua
E ao me despir
Ao tentar me esvair
Apenas vestira
A minha verdadeira nudez


Acordei
E escondi meu rosto
Em um sorriso
Pois dançava nua
Na rua cheia
Na noite vazia
No amanhecer tardio
No florescer repentino
Na madrugada que rompe e rompia

Dançava nua
Pois acordara
E acordada
Dançava nua
Pois acordara
E mais uma vez rodava

E hoje
Me balanço
Em meias-voltas
Entre pessoas que nem imaginam
que danço nua entre elas
Pois estão tão concentradas quanto eu
A rodopiarem em sua bela nudez

Pois acordamos



*É irresistível não contar o primeiro comentário que tive desse texto.Eu o fiz na rua,enquanto dançava,e,quando cheguei em casa,queria uma opinião.Pensei,minha mãe!Então coloquei "Baudelaire" como assinatura pra ela não saber que eu escrevo essas coisas e nem ser influenciada por eu ter escrito.Ela leu,olhou para mim e disse: "Você precisa aprender o que é poesia,fica lendo essas merdas que vai contaminar você com essa porcaria." É incrível o quanto funcionamos a estimulantes...

quarta-feira, 16 de abril de 2008

O sorriso seco
O eco percorre
Meus sonhos despertam
Objetivo abjeto

A lenda é cais
Navio negreiro de liberdade
Mármore que racha e quebra
Olhar sereno brilhando,desespera

O fim uma reta
A curva, temporária salvação
O medo daquilo que reside
Insiste em afligir

Quem sabe um ser
Um dogma desconhecido
Mentira e verdade
Completam-se para existir

O alívio relaxa
A tensão do que tenciona
Tentar,ousar,lutar
Desistir enfim,quando alcança

terça-feira, 8 de abril de 2008

Efeito Colateral

E de repente
De modo tão doce quanto veio
Vai ao longe
Lá,além do distante
Meu saber oboleto
Do que venho a ser realmente
Se dispersa
Tão fulgás!
O sorriso que me empenhei em desenhar
Escorre por entre os dedos
Os dedos
As unhas
Os cabelos
As formas sevão
Pelo vão em que vislumbrei o outro mundo
Com seus prédios que cobrem céu
E as grades que dividem
A grama suja de urina
Do cão uniformizado e cansado
De seu árduo trabalho escravo
Em que ganha em promoção
A lavagem que os porcos lhe dão

E respostas imediatas
Para questóes intermediárias
De razão
Paixão
E ilusão
Se concretizam
Num virar de páginas

As luzes brilham mais fortes
quando nos apagamos da visão
Que nos acostumaram a ver
Os passos não indicam mais o caminho
Mas passeiam a esmo
encontrando aqui e acolá
Uma pegada
Em nossas descobertas virgens

E virgens são as atitudes
Por mais repetidas que já tenham sido

Estou no início de uma nova era
uma nova vida
Novas escolhas
Sem que contudo
Nenhuma delas seja inédita
Nada na verdade é novo
A verdade é nova de uso
É apenas o início
De descobertas há muito feitas
Refeitas e vividas
Porém esquecidas

Esqueço ou aprendo?

sexta-feira, 28 de março de 2008

Cinco quartos

Quinta feira eu sei que
De dentro do longe vem
Vem de não sei quem
Como?Porque ou onde
Quinta,quero te ver amanhecer
Para sugar de você
O frescor da brisa que sopra
A água que do nosso céu escorre
E reflete nossos rostos sonolentos
Sorridentes
Não importa
Quero você
De qualquer forma
Não preciso dos sentidos saturados
Quero a vida vivida
Crítico sem saber
Quem me cerca
Quem me ronda
Ou o ser que me afaga
O cérebro reticente
Prostrado,exausto de passado,
Do ontem louco
A loucura de quem que
O ontem vem
Vem morar atrás de nossas janelas
Beber de nossos pastos de vontade
O ontem vem!
Mas também amo ele como memória
Que acaricia e apunhala
Nos nossos momentos quíntuplos
Quinta!
Quero de ti
Todo dia
Dos dias que são todos
Sem contudo serem completos
Mas há sim o completo
Eu quero completar-me
Não sei mais o que são sentidos
Mas e daí
Há quanto tempo ouço canções sem sentido
Que são as coisas que me deixam assim...
Um ser
Que não tem medo
Dos cadeados,dos cabos de aço
Do metal derretido
Do calor que não acaba
Chamas vermelhas...
Do quando eu morri ontem,
Eu morri,ontem!
E quando procurei aqui o
Que talvez temi
E talvez deixei,deixei vir
VEM!
Pálido ou rosado,Simples ou complicado
Abstrato ou dantescamente
Concreto
Eu te chamei mesmo
Vivo-morto
Te invoco novamente
Lua de quinta,sexta de gente
Gente que para
Para olhar flores
Talvez quando eu olhe
As cores ficam mais vivas
Os insetos se alimentam
Da melhor forma
E no buraco das flores
Os dentes rangendo
Os sonhos vivendo
E a caneta escreve sem medo

Que do feno,de lira
Do gesso,da letícia
No quarto,na quarta-feira no quarto escuro e cego
O cego que não tem
Mas talvez
Vem...
Vem que tem
Sonâmbulos que dormen acordados
E vivem quando sonham
Meus sonhos,
Obrigada
Eu os tenho quando quero
Quando ando
Quando durmo
Quando viva procuro viver
E me deparo com a Vida
Maldita
A me contradizer
Onde me encontro
Neste deserto florescente
Eu estou florescendo!
Floresta escura,vida madura
Que não quero ter
Abro as janelas e vôo por elas
Do ontem que não tive
Do amanhã que quase vive
E do agora,há agora,agora
Conselho de poetas
Só tenho você


Esse poema foi,até hoje,a experiência mais forte,mas bonita,mais sensual,jocosa,luxuriosa,brilhante e mágica que eu já vivi.
Foi talvez a única vez em que,realmente compartilhei algo,e não comecei com pouca coisa,o que dei foi mais do que tenho,pois tenho demais,mesmo carecendo daquilo que excedo.
Não há comentários...Foi singular...Inigualável...

segunda-feira, 24 de março de 2008

Estou presa na parte do mundo em que a realidade acontece.Acomete em súbitos soluços,sua fúria a rasgar-me a face.Procuro,em vão,o torpor,que a droga da vida me deveMe rodeio de rodeios,que permeiam o "x' da questão.Estou só na multidão que me leva e me traz,e traga de mim,um sorriso infantil.Os braços pendem enquanto penso,e se movem quando a idéia apaga.Vultos passam correndo enquanto andam,e giro na rapidez do que continua a não acontecer.Vejo tudo,mas estou cega,meus olhos estão opacos,sempre estiveram.
O torvelino,o que é?O que não consigo fazer?O que deveria ter feito?O fazer-me que não faço?
Estou no centro da espiral que engoliu meus pés,minhas pernas,minhas mãos,o que resta de meus,são somente esses malditos olhos assustados a suplicar a solução que tenho em um piscar,mas a lágrima escorre,e eu os arregalo um poco mais.Estou me consumindo,no fogo brando da paixão,de me conseguir ainda conseguir.O grito vem a garganta,mas engulo,com o soluço que expulso.E arregalo meus olhos mortos um pouco mais.Mas olha só!Que música phoda!!!Vamos dançar e aproveitar a tregua do engano.Me dê apenas mas 5 minutos,é tão quente nessa parte da ilusão...Por favor,sómais 5 minutos!Escuro.Explodo e me reagrupo nas mil maneiras de ser eu,mas nem por isso,chego perto de ser estrela.Uma janela acesa as 2 da manhã.O que eu faria se morasse ali???Eu viveria.Mas não moro lá,não moro em lugar nenjum.E vivo?Eu estou entre anecessidade de viver e o viver por necessidade.Oh!Não quer mais dançar comigo?Tanto faz.Eu me viro de costas e gargalho,ah,é tão bom rir!!!E quando todos me olham assustados,por esse rir obceso,afasto com a mão e olho zombeteira para disparatada alusão.Estão convencidos?distorço meu rosto nesse esgar doloroso,no escuro,onde ninguém pode me ver.Como é engraçado!Como é bom!Caio no chão,embriagada com tamanha felicidade,e lágrimas do riso me veêm a face e quando escorrem,transborda em fim,o início do meu desespero.Que cena peculiarmente patética!O reflexo não distorce e mostra verdades que não quero saber.Alice,por que não estás ai?Por que tenho todos os dedos na mão?Imagem maldita e malvista,cale-se.Quem é o meu mestre?Alice por que não estás ai?Olha só!Que irônico!Há um buraco no buraco em que afundo...Mas e daí?É sexta feira!Hora de comprar alguma fuga barata.E quando finalmete resolvo falar,estou rouca e solto sons animalescos.Enfim,era só isso que eu queria dizer mesmo.E meus olhos me engolem,me transformo,mas não mudo,o que muda dessa vez,é que nada mudou.Meu vocabulário pobre,não limita minhas mensagens.Mas que engraçado!Não tenho mensagens!Gargalhe comigo dessa vez!Veja como é bom!O horóscopo de hoje falou para os aquarianos evitarem tomar decisões precipitadas.Bom conselho.Vejo a janela e só vejo uma janela,com a parte da paisagem que mereço ver.Um muro e um pedaço de céu.Tem um varal onde roupas tremulam ao vento.É tudo tão bonito...A quanto tempo estou aqui?Meu foco desfoca o foco que foco.Algo me diz que estou com sono,devo dormir.Mas como fechar esses malditos olhos?Prciso de um sentido,se não for pedir muito,uma direção.Tinha um círculo de nuvens na lua.É bonito.Assim como o muro.Tanta coisa diz tanta coisa.Não sou muro,não sou lua,não sou círculo(sem contudo deixar de ser cíclica).Nem sou tanto,nem tanto digo.E lá vem o torvelinho de novo.o quê?Que saber onde guardei meu coração?HAHAHAHAHA!!!Não seja ridículo!!!Você sabe onde está,pois o tomou.Não,eu não te amo,você o tirou de mim,não fui eu que o dei.Por favor,agora não...Putz!É mesmop,me confundi,sou sagitário!Mas meus ascendente descendeu faz muito tempo.Não ria!!!É sério.Quem sabe ir com você não seja mais fácil?Por que você ainda ri?Não,não estou falando sozinha!Falo com você.HA!!!Estou falando sozinha!!!Desista você não vai conseguir.O que significa um monstro assassino cheio de luz?É obsceno tanta castidade!Quero transbordar algo que não sejam minhas meias verdades.É mesmo!Há meias espalhadas pelo chão!Alice,volta!Tenho a impressão de que os tempos de gato sorridente estão indo embora.A propósito.É tarde!É tarde!É tarde!Então é isso.Soltei o novelo.

quarta-feira, 19 de março de 2008

Depois do espelho

Não há brilho em meus olhos,há o reflexo da luz,que vejo refletido no espelho em que reflito.Não estou ao alcance de ninguém,só de minha própria vontade,pois,quando quis acarinahr a imagem,solta,perdida,largada na paisagem,bati meus dedos longos,no frio do vidro.
Somente eu posso tocar-me,sem jamais fazê-lo de fato
Em meu rosto há uma ruga,acima da sombrancelha esquerda,de etrena e contida ira.Onde adquiri raiva suficiente para marcar-me???
Por que raiva?Por que vesgar de pesar?
Quando perscrutei o meu olhar,vi uma máscara de desprezo,nela,havia também raiva,ira,rebeldia declarada.Vi tudo isso,mas não havia nada em disso no olhar.
Tenho olhos assustados,em vigilância constante,pronto a vermelhar-se,ao primeiro sinal de compreensão.Em vigilante constância.Tenho olhos tristes que brilham de escárnio,a simples idéia de tristes ficarem
Em meus lábios cheios,tenho os cortes que disfarço,enquanto os reabro,com a consciência de saber o porque de os ter.Nos cantos da minha boca,há uma curva desenhada e ascendente,pronta a rachar-se em um sorriso:o rasgar de desespero,ou o esgar do preceito?
Nas maçãs de meu rosto,há marcas,que nunca antes,tanto me regojizei,por nada terem a dizer,além da beleza,da sutileza,de lá sempre as ter,sem nada querer além disso
Em minha face,há intrínsicos filamentos,de medo,de raiva,de tristeza,de dor,que,absolutamente,não me lembro desde quando passei a tê-los.Mas,que,para preservar a minha "boa imagem",recubro-os com pó,rouge e sombra;o que houver a mão,para esconder de mim,e de quem vier a me conhecer,o sorriso amargo,daqueles que nem sempre quiseram rir,enquanto secam,a surdina,a lágrima que do olho escorre,pela gargalhada,que foi especialmente dolorosa.

Mais uma vez,devo esse texto ao tio Gá,depois de uma aula de mitologis,especialmente violenta,passei duas horas,sentada,na frente do espelho,observando e tentando entender a verdade de ser o que sou.Esse texto,foi o resultado superficial das minhas conclusões.Tenho outro,mais "profundo",qua não vou colocar aqui,pois ele nunca estará pronto,mesmo que eu já o tenha terminado,esse texto,até agora,foi a coisa mais pessoal que eu já escrevi,devo ele ao tio gá,por mais que deteste o que descobri.

domingo, 16 de março de 2008

Se hoje me desfaço em mil desculpas
Perdoe-me
Mas não é por sentir culpa
Ou por não sentir remorsos de um erro cometido
Se hoje me desdobro em minhas metades
Acredite
Não é para ser aceita
Nem ao menos para aceitar
Algo para mim indefinível e indecifrável
Se hoje me valho de trunfos passados
Aceite
Não é por não possuir novas vitórias
Não é para me agarrar ao que se foi
Se hoje tudo me parece cinza
Alegre-se
Não o foi por você
Não o será por ninguém
Se hoje não é mais hoje
E sim um momento passdo
Pretenciosamente garbo
Por ser atual
Por ser jovem e visoço
Pobre coitado
Mal sabe que assim o é
Passado
Se hoje me sinto esse agora
Essa sensação de pegajosa contemporaneidade
Falsa,vil e ilusória
Da qual,só somente
Pessoas como eu
São capazes de as ter
Se hoje me sinto apagada como a lembrança de ontem
Infantilmente anciosa por um amanhã previsível
Presunçosa por ser o momento
Se ontem,hoje e sempre
Sou acometida de súbitos soluços
Relampejando minha existância banal
E ainda assim existo
Mereço,acima de muitos
A eternamente existir
Pare eternamente sentir o quão pequena sou
E continuar covardemente
A ser cinza e fria
Fria e cinza
Inexoravelmente
Onde o tédio`
É o puro estupor
Da surpresa de tédio sentir
Se hoje assim o sou
E assim o sei
Mereço vaias e aplausos
Por um existir sub-humano
Se assim o sou
Infelizmente o serei sempre
Como já havia dito...
Se hoje me desfaço em mil desculpas
Perdoe-me.
O tempo sempre me preocupa,sempre ali,onipresentemente
Quero ser atemporal
E rir da cara dele enquanto vago no espaço,livre enfim,para vê-lo sacrificar-se por um capricho eterno
Quero ser atemporal

terça-feira, 11 de março de 2008

Sabe,tem coisas que provam o quanto a vida vale a pena...
Tomar cerveja,enquanto tem gente que ainda está no café da manhã...
Vale pena
Matar 5 d seis aulas,sendo q uma era do valdeco e duas do walter,para tomar cerveja...
Vale a pena
Andar sem rumo,sabendo somente,que daqui 20 minutos não estarei mais aqui;
Vale a pena


São pequenas coisas que tornam uma vida,grande.
Conversas sobre carros e sobre como eles são pequnos,e quanto é engraçado ver pessoas dentro de máquinas.Discutir sobre maquetes e a nossa realidade,vale a pena viver por momentos como esses.E eu tenho esses momentos todo o tempo!!!
Estou muito feliz.
Apesar de confusa com meus sentimentos,de estar desempregada,e de não fazer a menor idéia sobre a utilidade  de um triângulço dentro de um círculo,eu estou feliz.

Não sou o que restou de um grupo social,eu sou os que são bons o suficiente para continuarem nele.

Viver é a arte mais perfeita,que artistas vãos procuram incansáveis,até morrerem e perderem a oportunidade de serem belos,perfeitamente belos como sonham ser.

"não sei aonde eu estou indo,mas sei que eu to no meu caminho.Enquanto você me criticaeu to meu caminho..."

Viva Raul

Viver não tem volta
                   Arnaldo Antunes
"a agenda cheia de compromissoa não me impede de fazer nada"
                   Idem

Viva a sociedade alternativa que vive,em suas mil faces dentro de cada um.
Viva a vida.

segunda-feira, 10 de março de 2008

Do caos
a chama da esperança
Da esperança
o enfado da espera
Da espera
a angustiante frustração
Da frustração
o existir obsoleto

De todos
Um nada
Do nada
Tudo
Tudo
Um engano

A rotina
O gotejar da vida
Parca
Escassa
O sorriso amarelo
que tinge o brilho do olhar
Ofusca
Apaga
Destrói
O pulsar disritmado
Batido
Parado
Pulsando
Pulsando
Pul
san
do
Esperando sem fim
Um fim
Início da razão
De existir em si

As algemas invisíveis
Prende aqueles que nela acreditam
Escravizam seus fiéis
As algemas
A nobre instituição
Voltada em comandar você
Para o bem
Que não te informaram qual é

O pileque
Fuga programada e dependente
Uma ilusão
Te prendendo mais
Que qualquer corrente

Uma consciência
Quem sabe uma luz?
Um brilho frágil na escuridão
O despencar eterno
Do abismo infindável

Uma consciência
O tormento
O arregalar de olhos atordoados
Em reflexões
Em pequenas conclusões

Uma consciência
Unidade
No conjunto universo
Da ignorância cômoda
De se deixar prender
Acorrentar

Unidade
Na densidade demográfica
Inseparável
Uma massa

Unidade
Em alto relevo
Solitária
Como apenas um pode ser
E mais completa
Que todos nós

Talvez nada seja tão bom quanto parece...
Talvez "consciência" tenha,no texto,a conotação mais ridícula e patética que posso imaginar
Talvez não tenha
Talvez o meu reflexo não queira me dizer nada,e continuo no escuro cômodo das classificações obvias
Talvez estaja fixada por essa idéia
Talvez,o tempo de conjecturas tenha passado,e eu fico aqui,a me perguntar,a questionar o que sei responder...mas não consigo...não consigo

domingo, 9 de março de 2008

Estou confusa...
Perdi o controle,me prometi tanto,mas não adianta,não adianta,eu deixai a maré me levar e me lavar a alma.Agora,pareço boba,com esses planos,com esses devaneios...fui infuenciada pelo meu medo,pelo meu medo absurdo de ser o que sou,e de doer por estar sendo.
Não dá para explicar,eu perdi de mim mesma,para variar,virei o jogo,dei a volta por cima e venci a bia...mas quem é a bia???Sou eu!!!
Eu me prometi,eu resisti,eu levei na cara para aprender,e agora o que eu faço???Pago para ver de novo é claro!Não é a atitude mais sã de alguém que estava fugindo daquilo que encontrou???Mergulhar e ir fundo!!!
Eu sou tão esperta que tenho vontade de apagar um cigarro na testa.
Mas tudo bem,tudo bem,eu não me importo,eu me questiono,eu não possuo,não incluo,me expulso.
Se lembra quando prometemos que o dia não iria terminar?
Mentimos
Sabe quando gritamos no abismo,que nem o fim seria o início do nosso fim?
Mentimos
E quando dividindo o mesmo travesseiro dormimos enlaçados na mesma ilusão?
Erramos
Não peça de mim o que não posso dar
Pois meu coração não esperou e se deu para você
Mas não me peça entrega
Não,não
Não posso realizar o que já tem
Não me espere
Não me espere
Nem me procure na porta da sua casa onde agora estou
Não me espere
Não vá achando que entortou os meus sentidos
Eles sempre foram tortos
Não me peça explicação
Nem me olhe nos olhos
Onde as respostas residem
Não sei
Não sei
Não saiba da minha ignorância
Preciso de tempo
para engolfar isso tudo
No meio do arquivo das minhas frustrações individuais
Por não querer que fossem realizações conjuntas
Não espere de mim compreensão
Não me espere
Eu já disse
Estou aqui,para nunca mais estar

terça-feira, 4 de março de 2008

Tudo aqulo que não disse e queria ter dito.O que deixei de dizer por medo,por orgulho,por simplesmente não ter vontade.Quando me calei por calar e quando me calaram por receio de ouvir.Quando me neguei a ser doce,por ser amarga,e quandonão quis ser amarga,por ser doce.Aqulo que com um soluço engoli;e o que rasgou a garganta,no ímpeto de expulsar,arrancar com garras de dentro de mim,e ainda queima,por,ao mesmo tempo,estar agarrado,se recusa a deixar-me.
Tenho palvras enter meus dentas.Que se unem e se agrupam>que são frustradas pelo não dizer e aliviadas pelo mesmo.Tenho palavras que nunca ouvi falar,mas que seus significados passaram,e deixaram a lembrança,uma vaga esperança do súbito entender.Tenho poesia,que preenche os vãos da minha boca,em vão.Estão prontas a muito,mas o amarelar de suas pontas,prova o seu inútil esperar.
Minha boca está cheia,repleta de tudo o que não disse e quando,agora,digo o que devo,as frustradas se agarram as outras,e digo aquilo que não deveria nunca pronunciar.
Essas palavras presas se acumularam tanto,que saem naturalmente.Agora sou amarga quando doce e doce quando amarga,ou não.
Mas,ainda assim,ter palavras enter meus dentes é belo,pois mesmo quando estou calada,tenho a lembrança da pronúncia em meu sorriso.E quando penso,com um vesgar de remorso,em tudo que deveria ter dito,me lembro do que disse e sorrio.E quando sorrio,a pronúncia oculta prenuncia um novo dizer.

Pòr incrível que pareça,esse texto se deve a uma aula de física extremamente entediante,há um belo dia de sol,que eu observava pela janela e uma melancolia distinta.