quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Nas estações da minha vida
Estaciono
E indolente
Espero o estio passar
Submersa em meu silêncio
Me recolho ao frio desses olhares
Que questionam
Que oprimem
Que hipócritas
Finjem que não compreendem

A garoa perfura a alma
E de companheira
Tenho árvores secas,retorcidas,doídas
Que ainda assim
Creêm mais que eu

Vago nessa neve suja
E lenta,continuamente
Me vergo sob o peso do céu
Mais belo e impenetrável
Que o mais puro marfim

Me lembro,nostálgica
Da época que permiti que minhas
Pobres folhas caíssem.
Em cada uma
A recordação daquilo
(que hoje)
Sei que não posso substituir

Aventure-se
Gritava meu espírito
E como forasteiro
Que nada tem a perder
Não temi
Dei o passo incomensurável
Dos que perderam a razão
Restando-lhes somente a coragem

A tamto tempo
Me atei aos restos
Do que fora
Que estou presa
Entre meus galhos mortos
Nada há,do que foram outrora
São ressentimentos
Vingança,rancor
Dissimulados
Preparam-me a cama com espinhos
E o café com cicuta

Sou tão amarga quanto eles
Aplaudo em torpor
O espetáculo do predador.
Sou a garoa,a neve,os galhos,
o estio.
Sou tudo quanto seja necessário
Para que não tenha que sentir a dor
O medo intangível
De então,finalmente,
Florescer

Estou murcha,
Desde muito antes de nascer.



Que saudade do meu blog!!!Voltarei a escrever nele regularmente agora.(Sensação de que estou falando sozinha,hehe)