quinta-feira, 10 de julho de 2008

Explodir em chamas frias
Para espalhar em cores vivas
Meus devaneios sombrios e tristes

Decalcar os problemas com esmero
Amolar a faca da minha coverdia
Cortar meus pulsos dilatados
Para ver sair e entar a vida
Que sou incapaz de crer sem enxergar meu sangue turvo

Clamar o perdão dos deuses
Que pecaram contra minha Providência
Providenciar urgentemente
Um pouco de açucar para acalmar meus nervos

Jogar a massa cinzenta na balança
E trocá-la por algumas polegadas de luz azul
Que vão consumir a ferro quante
Meus dias mornos e sozinhos
Que vão infligeir em meus poros
Radiações que entopem
E me fazem esquecer

Afogar a existência num copo d'água
Num pequeno recipiente
Quanto menos melhor
Pois ao contrário da minha existência
Desperdiçar água
Trará males tremendos

Ajoelharei aos prantos
Aos pés de algum porco que suja
Suas vestes com o cuspe
Dos que muito falam
Por nada terem a dizer

Estufarei meu peito
Sedento de fome
Em direção aos céus
Que me cerca
Para enfiar a estaca em que me perco
Bem no centro
Na cerne do que deveria haver

Acalmarei meus pensamentos tumultuados
Acoplados uns em culpa
Outros em sordidez
Com palavras rabuscadas,revoltadas
que sem medo pronunciarei

Ao grito que engulo!
Ao sorriso que expulso!
Ao dia que rasgo,no deixar levar do dia!
A vida que vai,morta das bordas ao centro!

Jogarei tudo o que gostaria de ter
No alto de algum armário empoeirado
Para daqui anos malfadados
Encontre com meu sorriso amarelo
O amarelar dos meus sonhos

Secarei as lágrimas sem que escorram
Para me enganar,
O que não escorre
Não transborda,
O que não transborda
Pode suportar...um pouco mais

Sugar um trago mais fundo
Mais fundo,mais fundo
Tossir sem desespero
O engasgo que não me causa o fumo

Andar com objetivos intrincados
Intrínseco é o desperdiçar do tempo
Da alegria que é ver nascer o sol
E morrer ao fim do dia

Deitar no travesseiro de plumas
Pesado como minha consciência
De ter levado em vão,num vão
Minha flor,minha juventude,minhas ilusões

Covardia de levantar a voz
É medo de não ter o que falar
Além dos grunhidos naturais
Dos macacos pálidos e anêmicos

Doente na raiz dos cabelos
Sem viço,sem visceras
Encontrando esperanças num final
Maia rápido e menos doloroso

Fantasiar com esmero e dedicação
Meu corpo roto e curvo
Com imagens pastéis
De alegrias que não vivi

Verde para o céu que me cega
Pela verdade que é não conhecer o azul
Vermelho para as paixões dissecantes
Que conheço pelos livros que leio e lerei

Cansar minha mente estúpida
De estupidezes fáceis de absorver
E impossíveis de expelir
Para a noite,abrigar o corpo incauto
ao leviano repousar
Dos que fazem demais para menos

Iscas presas em linhas
Que minha boca não alcança
Mas que prende e rasga
Minha carne parca e pouco usada

Enganos diários
Tidos como necessários
Para uma sobre vida
Quase sobre humana
Para quase um sobre


Depois de tanto tempo de relaxo com esse pobre e inocente blog,achei legal por aqui esse texto,por pior que ele esteja,pois disseca um estado de espírito que ainda não conheci mas que mesmo assim,tive o despeito de descrever.

3 comentários:

maiblup disse...

Me dei ao luxo de adicionar seu blog no meu.
=]

maiblup disse...

As alegrias vc vive, mas nomeia tristeza por ser de nosso feitio.

Isabela disse...

Hummmm... .ó a bia.