terça-feira, 4 de março de 2008

Tudo aqulo que não disse e queria ter dito.O que deixei de dizer por medo,por orgulho,por simplesmente não ter vontade.Quando me calei por calar e quando me calaram por receio de ouvir.Quando me neguei a ser doce,por ser amarga,e quandonão quis ser amarga,por ser doce.Aqulo que com um soluço engoli;e o que rasgou a garganta,no ímpeto de expulsar,arrancar com garras de dentro de mim,e ainda queima,por,ao mesmo tempo,estar agarrado,se recusa a deixar-me.
Tenho palvras enter meus dentas.Que se unem e se agrupam>que são frustradas pelo não dizer e aliviadas pelo mesmo.Tenho palavras que nunca ouvi falar,mas que seus significados passaram,e deixaram a lembrança,uma vaga esperança do súbito entender.Tenho poesia,que preenche os vãos da minha boca,em vão.Estão prontas a muito,mas o amarelar de suas pontas,prova o seu inútil esperar.
Minha boca está cheia,repleta de tudo o que não disse e quando,agora,digo o que devo,as frustradas se agarram as outras,e digo aquilo que não deveria nunca pronunciar.
Essas palavras presas se acumularam tanto,que saem naturalmente.Agora sou amarga quando doce e doce quando amarga,ou não.
Mas,ainda assim,ter palavras enter meus dentes é belo,pois mesmo quando estou calada,tenho a lembrança da pronúncia em meu sorriso.E quando penso,com um vesgar de remorso,em tudo que deveria ter dito,me lembro do que disse e sorrio.E quando sorrio,a pronúncia oculta prenuncia um novo dizer.

Pòr incrível que pareça,esse texto se deve a uma aula de física extremamente entediante,há um belo dia de sol,que eu observava pela janela e uma melancolia distinta.

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