sexta-feira, 28 de março de 2008

Cinco quartos

Quinta feira eu sei que
De dentro do longe vem
Vem de não sei quem
Como?Porque ou onde
Quinta,quero te ver amanhecer
Para sugar de você
O frescor da brisa que sopra
A água que do nosso céu escorre
E reflete nossos rostos sonolentos
Sorridentes
Não importa
Quero você
De qualquer forma
Não preciso dos sentidos saturados
Quero a vida vivida
Crítico sem saber
Quem me cerca
Quem me ronda
Ou o ser que me afaga
O cérebro reticente
Prostrado,exausto de passado,
Do ontem louco
A loucura de quem que
O ontem vem
Vem morar atrás de nossas janelas
Beber de nossos pastos de vontade
O ontem vem!
Mas também amo ele como memória
Que acaricia e apunhala
Nos nossos momentos quíntuplos
Quinta!
Quero de ti
Todo dia
Dos dias que são todos
Sem contudo serem completos
Mas há sim o completo
Eu quero completar-me
Não sei mais o que são sentidos
Mas e daí
Há quanto tempo ouço canções sem sentido
Que são as coisas que me deixam assim...
Um ser
Que não tem medo
Dos cadeados,dos cabos de aço
Do metal derretido
Do calor que não acaba
Chamas vermelhas...
Do quando eu morri ontem,
Eu morri,ontem!
E quando procurei aqui o
Que talvez temi
E talvez deixei,deixei vir
VEM!
Pálido ou rosado,Simples ou complicado
Abstrato ou dantescamente
Concreto
Eu te chamei mesmo
Vivo-morto
Te invoco novamente
Lua de quinta,sexta de gente
Gente que para
Para olhar flores
Talvez quando eu olhe
As cores ficam mais vivas
Os insetos se alimentam
Da melhor forma
E no buraco das flores
Os dentes rangendo
Os sonhos vivendo
E a caneta escreve sem medo

Que do feno,de lira
Do gesso,da letícia
No quarto,na quarta-feira no quarto escuro e cego
O cego que não tem
Mas talvez
Vem...
Vem que tem
Sonâmbulos que dormen acordados
E vivem quando sonham
Meus sonhos,
Obrigada
Eu os tenho quando quero
Quando ando
Quando durmo
Quando viva procuro viver
E me deparo com a Vida
Maldita
A me contradizer
Onde me encontro
Neste deserto florescente
Eu estou florescendo!
Floresta escura,vida madura
Que não quero ter
Abro as janelas e vôo por elas
Do ontem que não tive
Do amanhã que quase vive
E do agora,há agora,agora
Conselho de poetas
Só tenho você


Esse poema foi,até hoje,a experiência mais forte,mas bonita,mais sensual,jocosa,luxuriosa,brilhante e mágica que eu já vivi.
Foi talvez a única vez em que,realmente compartilhei algo,e não comecei com pouca coisa,o que dei foi mais do que tenho,pois tenho demais,mesmo carecendo daquilo que excedo.
Não há comentários...Foi singular...Inigualável...

Um comentário:

Anônimo disse...

Caraca!!!

INDIZIVEL...

Mesmoo sem palavras até agora, só o momento que foi compartilhado e os olhares de quem compreendeu

IMPRONUNCIAVEL

Bjus